quarta-feira, 10 de julho de 2013

Apólogo

             
                                             Carta e E-mail
 
                Era uma vez um e-mail que disse a uma carta.
          - Porque você se sente tão importante, sendo que você serve só para ocupar espaço?
          - Pare com isso, eu não quero discutir com você.
          - Ah! Até parece que você não quer discutir comigo, você sempre teve inveja de mim, porque quando as pessoas querem mandar alguma coisa elas me escolhem, porque sou moderno e sempre chego mais rápido e dá para conversar com pessoas que estão em outro país, sem precisar ficar esperando dias é apenas num click.
          - Nada a ver, as cartas são mais preciosas.
          - Nada a ver digo eu, as cartas com o tempo ficam úmidas vão acabando aos poucos.
          - O que estiver escrito no papel, pode apagar, mas da memória de uma pessoas nem o tempo é capaz de apagar.
          - As cartas não tem valor, porque quando as pessoas ficam com raiva, deixam-as em mil pedaços.
          - Não, as cartas em algumas ocasiões expressam um sentimento mais forte.
          -Ah! Não vem falar de romantismo que não tem nada a ver. As cartas não vale nada.
          - E os e-mails, o que eles tem de tão importante? Só porque são modernos, só porque chegam mais rápido? Isso não quer dizer nada.
         - Não, os e-mails e as cartas não tem comparação. Eu, e-mail sou o mais importante, estou no topo.
         - As cartas são grandes lembranças, pois se forem bem guardadas duram muito tempo. Os e-mails, as tecnologias mudam e daqui algum tempo serão esquecidos. As cartas até hoje são especiais...
         - Não, pare com isso. Mas... mas como você sabe?
         - Porque eu sei. Eu sei de tudo.
                 saber não ocupa lugar.

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